quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

À tão sonhada felicidade :




"Eis que um dia ainda vai bater em minha porta
e contigo voltarão as estrelas desse meu céu
hoje tão apagado ..."

Fim de tarde...



Nessa pacata cidade do interior o cair do sol traz com ele o silêncio e o vazio das ruas e becos. Esse cenário causa certa inquietude para mim, tão acostumada ao barulho e rotina caótica da cidade em que vivia. Ainda não fez um ano que moro aqui e para falar a verdade, não sei ao certo o motivo da escolha. Não afirmo isso quanto á minha vivência, mas sim a uma mudança brusca de costumes, estilos de pessoas e o “choque” em detrimento a diferentes personalidades e pré-conceitos por parte minha e dos moradores quanto ao novo.
Muitas vezes caminhando por aqui e observando mais atentamente, tenho a impressão de que ainda é uma vila prosaica. Digo isso pelas casas simples, o grupo de amigos que se reúnem todo fim de tarde na praça para jogar carteado e as senhoras que colocam suas cadeiras na porta para conversar ou observar suas crianças brincando na calçada. Para quem é nascido e criado aqui, talvez esse seja o conceito de paraíso. Testemunhar a vida passar devagar, sem se preocupar com tanta violência e criminalidade comum em outros lugares.
Ainda tento me acostumar à falta da minha rotina anterior e toda essa mudança, que sinto acontecer também dentro de mim. Hoje, eu observo mais. Sou mais cautelosa, prudente. Passei a repensar o que é mais importante. Já não carrego mais tantas preocupações na bagagem, deixei pra trás o medo de tentar, perder, de acreditar que posso. Aprendi a dar valor as pequenas coisas, conservar os verdadeiros amigos, aproveitar da melhor maneira os meus dias, retribuir sorrisos e esquecer o ressentimento...
Cultivo agora planos, sonhos, procuro desvendar um lado meu que ainda é oculto. Assisto agora o pôr do sol calmo,o marasmo noturno, a pracinha e seus fiéis frequentadores...

domingo, 13 de dezembro de 2009

Remember - Me ...



“Talvez se os risos e os abraços
Somados a um intenso desejo
Não passassem de meros caprichos meus ,
Ficaria mais fácil arrancar as páginas que contam essa história” 

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Minha Aquarela ...




Entre contos e canções inventei você pra mim
Como mais uma vaidade em meio a muitos outros defeitos
O meu par num retrato em branco no cantinho da estante
Um segredo trancado num baú sem cadeado
Uma música sem notas
A versão da verdade sem sentido
Uma mentira com enredo
Um desenho sem pinturas
Um rosto e mil faces
Seu sorriso e meus olhares
Um rabisco feito em um caderno velho
Sem capa,
Sem nome,
Sem descrições,
Sem detalhes,
Só você e nada mais.

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

O Jardim...



Era noite. Alice saíra para uma caminhada no quarteirão, na tentativa de acalmar as lembranças que ocupavam sua mente sobre os últimos acontecimentos de sua vida. A morte recente do pai, a tristeza pela qual sua mãe passava todos os dias com a ausência do marido, o fim de seu casamento de quinze anos... Deus – Pensara consigo, Estou vivendo os piores meses de toda minha história.. Entretida nesses assuntos, já atravessava a rua quando de repente um grande clarão fez com que todos os seus pensamentos desaparecessem. Era como se estivesse caindo numa escuridão, perdendo pouco a pouco todos os sentidos...
Acordara em um lugar diferente, numa manhã de sol com um céu sem nuvens e uma brisa calma. Apesar de não ver sinal algum de outras pessoas, o lugar lhe proporcionava uma paz como nunca havia sentido antes.
Questionando-se onde estava e como fora parar ali, começou a andar observando todo espaço. Gostava de sentir o roçar da grama nos pés descalços. Árvores e pequenos cercados de flores completavam aquela perfeita sintonia de paraíso. Uma estranha sensação de felicidade tomava conta dentro de si, um contentamento por estar lá.Talvez ter aparecido ali, fosse um milagre.. uma chance.. Num súbito, deu-se conta do que acontecera. O clarão... O acidente. O velório. E o jardim.Porém, já não sentia mais angústia. Tampouco desespero. Entendeu que aquilo seria apenas o começo. Uma nova vida? Aliás... Vida? Agora compreendia o verdadeiro significado dela... Um misto de alegria com tristeza acrescentadas sempre as surpresas e descobrimentos, deixando a entender nas entrelinhas as cenas do próximo capítulo.

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Acordei com desejo de escrever ....



Inventar poesias sobre o que estou sentindo, arquitetar uma história sem nenhum significado ou um romance épico com leve toque de comédia culminando num final trágico. Falar de como tem sido a vida, tão corrida e atarefada com o trabalho. Derramar sobre o papel meus mais íntimos segredos, da forma mais escancarada, explícita. Registrar como nunca presto atenção ao ambiente em minha volta, o clima quente da primavera, o som do mar batendo contra as pedras e o cheiro da brisa marinha entrando pelas janelas e exalando por toda a casa. Deixo-me fascinar por toda essa mistura, me perco em um mundo imaginário onde o tempo passa devagar e me encontro sentada em um banco, com apenas papel e caneta escrevendo os meus devaneios diários. De repente saio desse transe e olho para a janela novamente com a imagem do mar e as pedras. Percebo que o tempo não está tão calmo assim, nuvens se aproximam anunciando chuva. Ocorre-me a idéia de discorrer fatos de minha existência nem sempre felizes, como traumas de infância, corações partidos na juventude, decepções na vida profissional, a perda de entes queridos... Ou melhor, descrever a tênue linha que separa a vida e a morte. Lembrar com saudade da época da inocência, um período de minha história que os sorrisos eram verdadeiros e malícia era só uma palavra e até então desconhecida. Pego a caneta rabisco algumas frases e de novo, volto a procurar a inspiração para quem sabe talvez, criar um relato que sirva como um modo de acalmar meus anseios, curar medos e crescer a esperança quase sempre esquecida, deixada em algum canto desse coração tão marcado, vivido...

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

“E esse desenho nem o tempo apagará...”


Foi a última frase da carta. Um papelzinho amassado, agora manchado de lágrimas, que ela apertou contra o peito tentando abafar a dor que sentia. Um pedaço de folha de caderno com um escrito calando pra sempre aquele sentimento que um dia fora tão especial e marcante pra ela. Uma história que certamente não haverá sábio algum capaz de explicar. Cada momento, cada segundo, diálogos por muitas vezes cortados pelo silêncio de olhares e sorrisos mútuos. Em sua memória nem sempre foram farpas e no caminho nem sempre houveram espinhos... Nem todas as escolhas foram difíceis e nem todas as discussões tiveram fundamentos... Restava agora o vazio. Aquela “coisinha” incômoda chamada saudade. Aquele riso perdido e aquele pedacinho de papel...Com palavras frias, ditas sem rodeios, sem o calor do abraço, do afago, o gosto do beijo. Findando apenas em uma frase, nada mais.

sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Essa tal gazeta ...

Muitos devem se questionar a respeito da escolha do nome. Gazetas foram os primeiros jornais brasileiros, também chamados periódicos, que traziam temas específicos.
Como estudante de Jornalismo, pensei em um modo de juntar duas coisas numa só chamando a atenção real para diversos assuntos, mas com “um toque” da minha opinião e conhecimento cada dia mais adquirido.
"A primeira essência do jornalismo é saber o que se quer saber, a segunda é descobrir quem o vai dizer." (John Gunther).
Como o próprio autor da frase, tentarei aqui, mostrar a vocês caros amigos, o que na minha concepção pode ser o mais interessante de ler e divulgar, seja literário ou factual e irônico ou dramático.
Delicie-se. Use e abuse de tudo! Bem-vindos a minha Gazeta Pessoal.
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