sexta-feira, 23 de abril de 2010

Enfim...


Aquele gosto outrora amargo tornou-se inerente. Não deixou de ser amargo, mas passou a ser costumeiro.De certa forma, não importa mais. Resolvi apenas trancar tais sensações em um baú esquecido num canto afastado do músculo pulsante. Há muito desisti de tentar resolver as coisas simplesmente através do tempo, que aliás, não é o senhor de todas as curas como dizem por aí. Simplesmente ele abasta a inquietação da saudade, da vontade e as tão insuportáveis lembranças. Ele só mostra que mais dia menos dia, você acaba encontrando uma nova rota para deixar de lado tudo isso. Um trabalho novo, uma atividade diferente, novas pessoas e infindáveis ocupações para a mente. E daí, eis que um belo dia aquele “problema” já não o abala tanto... A verdade é que muitas vezes depositamos todas as nossas confianças e expectativas em planos e sonhos que nem sempre dão certo, tanto pelas circunstâncias diárias quanto ao suposto mero “acaso”. Mas cabe a cada um escolher por quais realmente quer sentir o tal gosto amargo, adaptando-se a ele e esperando a solução com o TEMPO, ou deliciar-se com o sabor doce das tantas lições que a vida nos ensina.


Como diria uma grande amiga: FICA A DICA*

segunda-feira, 29 de março de 2010

Teatro Meu ...


Dentre os vários personagens que carrego em meu ser, descobri uma amante: Fervorosa, intensa, insana de corpo e alma, sedenta de atenção e desejos possessivos. Em meio a muitas mudanças, tudo isso foi crescendo e me consumindo cada vez mais ao ponto de me tornar totalmente dependente da outra criatura. Mas no decorrer das cenas da vida o limite foi ultrapassado e essa loucura virou carência. O elo foi quebrado. A alegria tornou-se disfarce. O sorriso apenas mais uma máscara. Com o fechar das cortinas o que era bom ficou pra trás, o show havia terminado sem aplausos e satisfações. Sigo agora como integrante de uma platéia ansiosa, esperando o próximo espetáculo com novo drama ou novas intrigas, quem sabe um feliz fim, ou desfecho melhor que o anterior.

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Só um Sonho ?


Não conseguia me lembrar a última vez que havia sentido aquilo. A garganta fechando-se num nó impedindo que eu gritasse por ajuda. Sentia minha cabeça girar no compasso em que um emaranhado de emoções e imagens percorriam a mente, acelerando cada vez mais minha respiração e as batidas inquietas dentro do peito..
Não consegui explicar. Foi como se uma força houvesse me dominado de todo e fizesse cada parte do meu corpo parar de reagir involuntariamente. Não conseguia me mexer, não conseguia falar. Perguntei-me onde estariam as lágrimas que demoravam tanto a aparecer. Sim, me pareciam cabíveis para completar tudo aquilo, uma vez que apenas meu inconsciente tentava entender o que se passava no momento.
Aos poucos tudo foi se normalizando, senti calmamente o ar voltar a entrar e sair dos pulmões, o coração voltando a seu ritmo, o tão angustiante nó se desfazendo pouco a pouco... Enfim, percebi que havia voltado a meu estado habitual... Conseguia distinguir vozes ao meu lado, reconheci o ambiente à minha volta. Vi uma menina no canto da sala, olhando fixo para mim. Mais á frente, um senhor sorria... Não lembro de tê-lo conhecido. Estendeu a mão á mim e sem nem mesmo sentir, eu estava caminhando para outro lugar. As lembranças se apagando pouco a pouco... Ainda não entendo o que aconteceu, não entendo porque aconteceu... Algumas vezes o mesmo senhor me olha com ternura e diz que meu tempo acabou e preciso aceitar. Por mais que tente, não me encontro. Não encontro nada. É só o vazio...
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