sábado, 5 de março de 2011

A Última Vez .

Não era mais um encontro normal. Não era mais o encanto de uma tarde animada deitados na grama do jardim. Não havia mais a simplicidade de um sorriso nem o calor do abraço. Agora eram estranhos, um ao invés de dois. Sentados frente a frente numa das mesas de cafeteria do subúrbio, eles se olhavam pela última vez. A última vez em que ele veria os grandes olhos castanhos dela que muitas vezes falavam o que os lábios não conseguiam transmitir. Seria a última vez que ele olharia pra ela e perceberia que a menina de bochechas rosadas e vestido azul floral que conheceu há quinze anos atrás, ainda estava viva no corpo daquela mulher atraente e sensual. A mesma menina com quem brincava de pique depois da escola e que veio se tornar a mulher que possuiu em seus braços por tantas noites...                                
Ela baixou seu olhar para a xícara de café. Sabia que se continuasse a olhá-lo, não demoraria a derramar suas lágrimas. Silêncio. Aquilo que era o ponto final. Não havia mais chance para fazer dar certo. Como dar adeus a alguém a quem dedicou a maior parte de si?Todos os seus desejos, medos e planos futuros? A verdade estava ali: A parte doada agora despedia-se dela deixando-a metade. Incompleta. Nenhuma palavra conseguiria mostrar o quanto isso estava doendo agora. Bebeu um pouco do café. Mais uma vez silêncio.                                  
Ele se levantou e como de costume, beijou-lhe a testa. Despediu-se contidamente. Após passos lentos virou-se para contemplá-la uma última vez. Tinha certeza que aquela mulher nunca seria esquecida no meio da bagunça de sua vida. Voltou e abraçou-a ternamente. Sussurrou em seu ouvido    apenas “te levarei sempre em mim”. Dando fim ao seu silêncio, ela disse: “Agora eu entendo. Obrigada por fazer parte de mim. Por me completar enquanto eu ainda não sabia como fazê-lo. Por ter sido minha metade. Mais uma vez, obrigada.” Estreitou ainda mais o abraço e depois o soltou. Ele voltou a caminhar lentamente até desaparecer no fim da avenida.                        
 Ela continuava no mesmo lugar, embora não fosse mais a mesma pessoa. A fragilidade agora deu espaço a certeza que era capaz de continuar. E o que antes era a metade dele dentro  dela, tornou-se uma doce lembrança de alguém especial. Uma estrada havia terminado enquanto  outra apenas começava.  Porém essa, ela trilharia só.

terça-feira, 1 de março de 2011

Para medir o AMOR, não existe CÁLCULO

 
Hoje eu descobri a razão da falta de valores no mundo e como os SERes humanos podem SER tão cruéis . Como a mentira e uma palavra maldosa podem doer mais que um tapa no rosto. A ganância e o desamor matar mais do que guerras, e o egoísmo destruir ao invés de amparar. 
Hoje, eu quero voltar pra casa. Voltar pra minha mãe. Quero voltar a ser criança e correr pro quarto dela no meio da noite, dizer que tive pesadelo e dormir agarrada com ela sentindo seu perfume doce. Quero as noites de inverno, no qual ela acordava na madrugada só para me cobrir direito e calçar meias me protegendo do frio. Quero seu sorriso perfeito e sua risada gostosa enquanto conversa. Quero seu abraço tão simetricamente perfeito quando me envolve, todos os dias. Quero deitar sua cabeça em meu colo todo fim de tarde e “coçar sua cabeça” até ela dormir .  Quero até as broncas e palavras grossas que meia hora depois são trocadas por seu carinho. Quero voltar a me sentir protegida sobre sua asa sem me preocupar com a maldade do mundo aqui fora. Sem esperar que alguém se aproveite das minhas quedas e falhas.  
Hoje eu sei que dói crescer e ainda mais encarar esses desafios sozinha. Talvez amanhã tudo isso se mostre apenas uma coisa de momento, um desabafo, um desapego e que passe assim como veio. Talvez sim, talvez não. Só que hoje, eu quero meu LAR.                
Nota : Dedicado à mulher que me deu a vida , me ensinou os primeiros passos , me fez quem sou . Iracy Reis  .
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